26 de jan. de 2011

A ordem do caos


"Caos é o nome de qualquer ordem
que produz confusão nas nossas mentes."
George Santayana

Posse - RJ
A ordem pode ser produzida a partir do caos, acreditem vocês.

O caos que; parece existir apenas no nível macroscópico (aos nossos olhos), é vista também a nível molecular – microscópio em nossos corpos.

“Assim na Terra como no céu”. Temos que entender essa idéia para poder enxergar o que não estamos vendo no Macro, ainda.

O Princípio do Caos é mais evidente no macrocosmo. Ele corresponde ao Princípio da Incerteza de Heisenberg. 

O Princípio da Incerteza é parte integrante da mecânica quântica a pedra fundamental de toda a física moderna.

O grego chaos - refere-se tanto na mitologia grega como na cosmologia a uma lacuna ou abismo no começo do mundo, o estado inicial do universo. Quando os gregos queriam se referir a um vazio abissal, usavam a palavra cháos. 

A palavra Caos vem de uma raiz do proto-indo-europeu – ghen – que significa estar bem aberto – e como não é a primeira vez que isso acontece, os sujeitos que estão por trás das transcrições dos textos religiosos cristãos deram uma “tradução” diferente da original e bem conveniente a seus objetivos – Caos = desordem

Podemos entender agora o porquê dessa troca de significado após a leitura anterior do texto Filhos do Sol, onde os deuses deixam bem claro que as coisas, as regras permanecem as mesmas na sua ausência, e que TODOS devem segui-las, tementes sempre a Deus.

Os deuses deixaram claro aos ignorantes, que os eventos que ocorrerem no Universo são de seu domínio – eles controlam tudo e só eles podem nos “salvar”. Bem inteligente esse plano, não?

Isso me faz lembrar quando queremos que as crianças façam o que a gente quer...
“olha, seja um bom menino, senão a cuca vai te pegar!”

Como criança inocente que somos e que ignora quem é a “Cuca”, fica mais fácil assustá-las, bastando apenas acrescentar que elas devoram criancinhas mal criadas e desobedientes para assegurar que elas não descumpram as ordens.

Medo. Caiu a ficha?

Mas hoje as velhas histórias de terror da nossa infância não colam mais com os Índigos e Cristais... Eles é que estão comendo a “cuca” !!!

Sistemas caóticos estão além de todas as nossas tentativas de previsão, manipulação e controle.

Definição científica de Caos por STACEY (1991):
O caos não significa desordem absoluta ou uma perda completa da forma. Significa que: sistemas guiados por certos tipos de leis perfeitamente ordenadas são capazes de se comportar de uma maneira aleatória e, desta forma, completamente imprevisível no longo prazo, em um nível específico.

Por outro lado este comportamento aleatório também apresenta um padrão ou “ordem” escondida em um nível mais geral.

O caos parece estar na essência de tudo, moldando o Universo. Isso significa que pode haver uma “estranha ordem” por trás de toda a imprevisibilidade.

O Princípio da Incerteza de Heisenberg nos diz que é impossível saber certas coisas simultaneamente, como o momento e a posição de uma partícula - conhecer uma dessas propriedades (momento ou posição) afeta a precisão com que você pode conhecer a outra.

O Princípio do Caos aponta que pequenas variações nas condições iniciais de um processo trazem conseqüências vastamente desproporcionais e imprevisíveis.

A teoria do caos ensina que somos sempre parte do problema e que tensões e deslocamentos específicos sempre se desenvolvem a partir de todo o sistema e o que pensamos afeta o universo.

Por causa de um prego, perdeu-se uma ferradura;
Por causa de uma ferradura, perdeu-se um cavalo;

Por causa de um cavalo, perdeu-se um cavaleiro
Por causa da falta de um cavaleiro, não entregou-se uma carta,
Por causa da uma carta, perdeu-se uma batalha;

Por causa de uma batalha, perdeu-se um reino.

Vejam vocês... tudo por conta de uma porcaria de um prego!
É apenas uma metáfora para abrir o campo da imaginação. Adoro metáforas.

Imaginar que uma questão seja um problema puramente mecânico a ser resolvido pode trazer um alívio temporário de todo sintoma; porém, o caos sugere que, em longo prazo, poderia ser mais eficaz examinar o contexto geral em que determinado problema se manifestou.

Modelos mecânicos são deterministas, e se aplicados a fenômenos naturais e sociais, darão exatamente as mesmas causas, os mesmos resultados. 

Modelos deterministas, mecânicos, não deixam lugar para o livre arbítrio – “eles” queriam que acreditássemos nisso. Hoje sabemos que essa dimensão é regida pelo livre arbítrio, não há lugar para determinismo.

A desordem é o estado comum na natureza.
A organização é uma exceção.

Um meteorologista de nome Lorenz criou a expressão "efeito borboleta", que diz que o bater das asas de uma única borboleta produz mudanças infinitesimais no tempo, não em curto prazo, mas, em longo prazo, tornando-se a causa de tempestades ou mudanças atmosféricas em outra região do mundo.

Demais pra sua cabeça? Mas o que está “implícito” aqui nessa expressão um tanto quanto “exagerada” aos nossos olhos, é que o comportamento de um único e mísero SER na face da Terra pode afetar (ou não – premissa da incerteza) de maneira estrondosa - a curto ou em longo prazo - a história de toda a humanidade!

Nossa mentalidade tradicional (cartesiana) encara os problemas sociais, políticos e ecológicos como sendo externos a nós – e pior – como sendo um fato que não pode ser mudado – parte de um destino que querem que a gente acredite.

Nunca temos nada com isso. “Alguém” sempre tem culpa por algo ter ocorrido e ficamos batendo boca, nos desgastando com “teorias” das quais não têm nenhum fundamento – pelo menos não com base “REAL” de tudo, pois vivemos numa mentira - que é similar a construir castelos de areia na beira do mar... é o que fazemos a cada encarnação.

Por conseguinte, procuramos superar os problemas por controle ou por negociação, o que tem o efeito de reforçar a nossa percepção da separação do TODO - sempre.

Podemos verificar essa máxima apenas pela linguagem que usamos:
Governo declarar “guerra ao tráfico”. Governo “combate” a pobreza (?). Medicina se utiliza de métodos “agressivos” “no controle” do câncer. Medicamentos são “drogas” poderosas e “milagrosas” para “enfrentar” as epidemias...

Vamos “combater” algo que nós mesmos criamos? Não parece pura perda de energia? Será que não seria “óbvio” nos concentrarmos na origem do caos? Em que momento algo saiu do caminho “natural” e por quê? Podemos aprender mais com esse evento.

Mas isso é pedir demais, não? Não fomos “criados” para questionar. Escravos apenas obedecem, copiam comportamentos, nada mais.

Caos nem sempre é uma coisa ruim.

No sentido de pura desordem, realmente pouco se pode dizer a seu favor, mas a “desordemaparente tem um caráter ordenado – um padrão de organização existindo por trás da aparente casualidade. 

Cão resgatado no caos do dilúvio
Perece meio doido esse papo? Eu compreendo. Fica difícil entender numa linha “lógica”, pois fazemos mais uso do H. esquerdo, para que as coisas ganhem sentido, e com pouca ou nenhuma informação de um outro ponto de vista, não iremos a lugar algum mesmo.

Por isso, convido você a exercitar o H. direito de seu cérebro, agora, dando um equilíbrio a essa dinâmica. Fazer uso apenas da razão é POLARIDADE e estamos trabalhando nisso, certo?

A linha tênue do caos é um campo de batalha entre uma constante mudança versos a estagnação. Sem quebra desses padrões, modelos, paradigmas, não há mudanças, sem mudanças não há aprendizado, sem aprendizado, não há evolução para outras dimensões.

ORDEM e PROGRESSO

A história brasileira pode ser considerada como a tentativa da elite de manter o controle da sociedade através da idéia de ordem, à custa de uma altíssima dose de repressão e violência. A idéia de “ordem”, identificada com a “paz social”, isto é, com o controle incontestável das elites, se necessário, com o uso corriqueiro da violência direta, é eficaz para a explicação da história e da cultura política brasileiras. É a síntese de uma ideologia política, mas mais do que isto, um modelo mecânico aplicado por um grupo que detém o poder sobre uma sociedadeGeorge Zarur

O caos nos revela que ao em vez de resistir às incertezas da vida, devemos aproveitá-las, tirar o aprendizado nisso com muita criatividade.

Achamos que sabemos tudo e que temos “controle” da situação, do futuro dos nossos filhos, do futuro da forma como vamos gozar a aposentadoria, da maneira como queremos fazer uso do nosso tempo, abrindo mão da criatividade, da construção de novas formas de pensar.

Somos inflexíveis e muitas vezes batemos no peito para dizer: “eu sou assim, não vou mudar!” – não, até que o caos se instale, é só esperar.
Essa é a idéia do universo – quebrar sua postura rígida.

Somos obcecados por controle.
Nos ensinaram que devemos controlar o mundo a nossa volta, todavia, os sistemas que não se aplicam a linearidade – como a natureza, a sociedade e a vida de cada indivíduo – transcendem qualquer tentativa de previsão, manipulação e controle.

Temos que afastar o MEDO de não saber
 lidar com os Caos, com as mudanças que estão surgindo

As notícias não são muito animadoras em todos os veículos da mídia, mas temos que nos manter alinhados com algumas metas criativas (não rígidas, mas flexíveis, sempre que necessário) na forma de encarar essas mudanças no Globo terrestre.

Os pesquisadores estão certos, a África está se partindo a um ritmo raramente visto na geologia. A Terra está em convulsão no nordeste da África e a região está mudando rapidamente. Nos últimos 5 anos, a transformação geológica do nordeste da África tem "acelerado dramaticamente", dizem cientistas.

Antes as fendas se abriam em centímetros por ano, mas agora são metros de extensão devido ao magma de vulcões internos que se alastram pela camada da superfície da terra. A fratura apareceu pela primeira vez há milhões de anos, resultando no Mar Vermelho e no Golfo de Aden. Mas uma segunda fratura que se estende do sul da Etiópia e Moçambique, conhecido como o Grande Vale do Rift, e é forrado com vários vulcões, está se acelerando.

O chão do deserto está tremendo e rachando, os vulcões estão fervendo, o mar avança sobre a terra, nos litorais.  A tendência é que o mar invada o deserto e outros continentes. Mas quando isso irá acontecer... não se sabe ao certo, mas estudos afirmam que isso pode acontecer a qualquer momento e não daqui há milhões de anos como queremos acreditar.

A caldeira de Yellowstone, que abrange um número 40 a 60 Km de faixa no estado de  Wyoming , é uma antiga cratera formada após a grande explosão passada, cerca de 640 mil anos atrás.

Parece que o temido vulcão de Yellowstone está dando "arrotos" vulcânicos. A deformação da terra pode sugerir que o magma está se movendo em direção à superfície antes de uma erupção: Os flancos do Monte St. Helens, por exemplo, incharam drasticamente nos meses que antecederam a explosão de 1980.  O ritmo parece igual...

Vejam que não se trata de “alarmismo”, mas de mudanças. São caóticas? São, mas dentro de uma linha já prevista há zilhões de anos atrás. Um novo ciclo está terminando e temos que ser realistas. Há infinitas possibilidades de aprender com esse caos.

Há grande possibilidade de que venha a ocorrer uma grande convulsão no planeta e precisamos estar preparados para ela. Estou a poucos meses de fazer minha 51ª volta em torno do sol e ainda sim, estou aprendendo a cada segundo comigo mesma e com todos vocês, é claro.

Aprenda você também. Livre-se das palavras/símbolo – “verdeiro/falso”; “certo/errado”; “bom/mau” – isso só te levará a separação da unidade.

Apenas entenda como as coisas estão funcionando, sem julgamentos ou categorização. Pesquise muito palavras, temas etc. Vá atrás de sua dúvida. Mas procure também outras versões que fujam da sua realidade, pois esse é o verdadeiro exercício para o H. direito a que tanto precisamos exercer.

Nossas crenças absolutas sobre determinado assunto nos priva de descobrir outras “realidades”. Entenda que você já tem um conhecimento dominante sobre alguma coisa, então veja esse mesmo conceito de outra forma.

Somos capazes de fazer as coisas acontecerem, somos criadores desse universo, de quebrar a cadeia de causalidade postulada pelos “negativos” que determinaram – e fazem questão de ressaltar – que não teremos “chances” nenhuma sem eles.

Eles nos deixam sem saída, sem um “futuro”, mesmo que isso não exista. Nos detém de todas maneiras – emocionalmente, fisicamente e espiritualmente – pois sabem, têm absoluta certeza que temos poderes, caminhos diferentes para passar por esse “caos” sem sua intervenção “divina”, temos apenas que acreditar que podemos, só isso.

Vamos focar na existência plena, na nossa inquestionável imortalidade. Estamos apenas de passagem, então não carregue muita coisa.

laura botelho

“Quando as estrelas começarem a cair, me diz, me diz pra onde é que a gente vai fugir?” Renato Russo.



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